por Abia

Alimento halal é tema de webinar

Evento contou com a participação da ministra Tereza Cristina (MAPA) e da presidente do Conselho Diretor da ABIA, Grazielle Parenti

No dia 17 de junho, a FAMBRAS HALAL, empresa que atua na área de certificação halal para produtos no Brasil, promoveu o webinar “A importância do alimento halal do Brasil para o mundo”. Com a participação da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, o evento discutiu a ampliação do mercado halal para empresas brasileiras que desejam exportar seus produtos alimentícios, além dos desafios que o Brasil precisa superar para atrair investimentos, sobretudo dos países árabes. O halal (“lícito” em árabe) diz respeito a tudo o que é permitido e está em conformidade com as regras estabelecidas pelo Alcorão, livro sagrado que rege os costumes e a rotina dos muçulmanos de todo o planeta.

A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) participou do evento e foi representada por Grazielle Parenti, presidente do Conselho Diretor da entidade. Também participaram o presidente da FAMBRAS HALAL, Mohamed Zoghbi; o presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Rubens Hannun; o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, o deputado federal Alceu Moreira; e a secretária especial adjunta de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Yana Dumaresq. O evento on-line foi mediado pelo vice-presidente da FAMBRAS HALAL, Ali Zoghbi.

Tereza Cristina foi a primeira a falar e destacou a importância do mercado halal para o agronegócio brasileiro. “O Brasil é o maior produtor de proteína halal do mundo. Os 55 países da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) representam cerca de 20% do total das exportações do agro brasileiro”, destacou.

De acordo com a ministra, na condição de maior produtor e exportador de proteína halal do mundo, o Brasil já é o principal fornecedor de alimentos para os países da OCI. “Em certos casos, por exemplo, da carne de frango, nossa participação em alguns mercados é de cerca de 75%”, pontuou.

A ministra encerrou falando das oportunidades de crescimento do comércio exterior para o mercado halal e como o Brasil pode atrair mais investimentos dos países árabes. “O mundo árabe figura entre os principais investidores mundiais e vem ampliando sua participação em diversas partes do mundo. O Brasil, porém, ainda não figura entre os maiores destinos de investimentos dessas nações. Espero que, após a pandemia, as relações já sólidas entre nós se fortaleçam ainda mais”, concluiu Tereza Cristina.

Mohamed Zoghbi enfatizou o fato de o Brasil ter cumprido todos os acordos com os países islâmicos durante a pandemia do novo coronavírus, que afetou a economia mundial. “Acredito que após a pandemia as relações comerciais se fortalecerão, pois os produtos brasileiros são seguros e as empresas possuem um grau de confiabilidade e credibilidade muito grande”, disse.

Rubens Rannun falou da importância do mercado de alimentos halal e do histórico de 40 anos de exportações brasileiras. Para ele, é importante refletir de forma quantitativa e qualitativa.

“Falando de produção, o Brasil é o principal produtor de proteína halal do mundo. Mas temos um outro lado que é a importância qualitativa da relação comercial com os países islâmicos e não islâmicos, e o nosso alimento halal vem trilhando dia a dia e construindo pilares para obter relações de confiança e transparência”, afirmou. Para Rannun, essa relação de confiança é necessária para facilitar o processo de obtenção da licença para operar nas nações muçulmanas, em especial as árabes.

Já o deputado federal Alceu Moreira declarou que a segurança alimentar é o que fará do Brasil um importante player do mercado internacional nas próximas décadas.

“A representatividade que teremos entre as principais economias do mundo se dará pela segurança alimentar. Como isso é uma necessidade contínua de todos os países, vamos conquistar assentos em importantes cadeiras do mercado global. Neste processo encontra-se o alimento halal”, explicou o deputado.

Yana Dumaresq destacou o aumento das exportações brasileiras e que 50% da carne de frango que o Brasil exporta já é halal. De acordo com ela, 17% do mercado mundial de alimentos é halal e existe um enorme potencial de crescimento desse segmento.

“É um mercado com estimativa de crescimento de 6% ao ano. Temos acordos de livre comércio com alguns países e estamos com negociações bem avançadas com outras nações. Vamos expandir as relações comerciais e, com isso, atrair investimentos”, contou.

Encerrando o webinar, Grazielle Parenti disse que é importante conhecer bem o mercado halal que não é somente focado nos países árabes. “Temos um grupo de trabalho de comércio exterior na ABIA para mostrar esse mercado para as empresas alimentícias. O Brasil tem papel fundamental na expansão do segmento halal. É um mercado que agrega valor, fundamental para as exportações brasileiras”, comentou.

Grazielle ressaltou a relevância da atuação do Ministério da Agricultura na abertura de novos mercados. “Não só novos mercados, mas de novos produtos para mercados já explorados”. Ela falou também da importância das certificadoras para as empresas brasileiras que desejam entrar nesse mercado. “As certificadoras têm um papel fundamental de guiar as empresas e aportar o conhecimento necessário para o atendimento às conformidades, essenciais para o cumprimento das regras e o acesso ao mercado”, explicou.

A presidente da ABIA completou falando da importância da comunicação da indústria alimentícia com o consumidor. “Percebemos que os consumidores estão abertos a novos produtos, produtos de maior valor agregado, saudabilidade, entre outros. Aspectos como transparência, humildade, respeito, qualidade são muito valorizados e isso vai sendo incorporado na forma como empresas se comunicam com o consumidor”, concluiu.

Compartilhar